"Não confunda derrotas com fracasso, nem vitórias com sucesso. Na vida de um campeão sempre haverá algumas derrotas, assim como na vida de um perdedor sempre haverá vitorias. A diferença é que, enquanto os campeões crescem nas derrotas, os perdedores se acomodam nas vitórias. - Rogerio Ceni

terça-feira, 6 de julho de 2010

O artigo do Mister no FutsalPortugal



Jogar sem bola...

Pode parecer um paradoxo, mas apesar de ser a bola o elemento mais importante num jogo de Futsal, a verdade é que na minha opinião as equipas mais fortes são aquelas que sabem jogar melhor sem bola... confuso?! Então vejamos, durante um jogo existem dez atletas e uma bola, o quer dizer que quando um atleta tem a bola na sua posse os outros nove não a têm, certo?

Ora, assim sendo, creio então devemos dar uma maior incidência nos treinos aos comportamentos individuais e colectivos dos momentos em que os atletas não têm a bola em seu poder, seja a defender, mas principalmente a atacar (Ex: movimentações, coberturas, apoios, etc) pois na realidade se contabilizarmos individualmente o tempo que cada atleta passa com a bola em seu poder, este não chegará seguramente aos 3 minutos, isto quando um jogo tem no mínimo 40 minutos... ou seja, se calhar é mais importante treinar os 37 minutos em que o atleta está sem bola do que os outros 3 minutos em que a tem...

Contudo e obviamente, não podemos deixar de trabalhar os momentos em que o atleta tem a bola (muito pelo contrário), pois o passe, a recepção, o remate, o drible, etc, são a essência do jogo e é inclusive nestes momentos, que os atletas fazem a diferença e alcançam o objectivo real do jogo, o golo, no entanto, creio que os treinadores dão sempre mais importância a este factor, esquecendo-se realmente que na maioria do tempo o atleta está sem bola, e creio que é aqui que reside verdadeiramente a diferença das melhores equipas em relação às outras...

Posto isto, chegamos a outra conclusão muito importante, é que para jogar bem "sem bola" é necessário saber a ler bem o jogo, de forma a antecipar as várias movimentações quer dos adversários, quer dos companheiros, e para isso o atleta tem que estar permanentemente a pensar durante todos os momentos do jogo, sendo que os mais inteligentes têm mais possibilidades de sucesso (apesar que isto também se treina), levando-nos então a uma constatação também paradoxal, é que ao contrário do que se pensa e diz, o Futsal não se joga com os pés... mas sim com a cabeça!

Pensem nisto...
Abraço
Pedro Silva

in FutsalPortugal (06/07/2010)

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