Artigo publicado no dia 5 de Julho de 2007 em futsal-coach
Pensar pela nossa cabeça…
Há uns dias li um artigo sobre a escassez de pivots portugueses e dei comigo a pensar o porquê?
Após reflectir, verifiquei que o problema maior tem a ver com algo que eu, pessoalmente, acho que falta aos treinadores Portugueses (apesar de já notar alguns progressos), que é pensar pela própria cabeça, em vez de ir pela “moda” e copiar os sistemas tácticos que estão em voga, na certeza de terem encontrado a “fórmula mágica”…
Neste caso específico, acho que este problema da falta de pivots portugueses, deve-se ao facto de nos últimos 7/8 anos se ter definido o 4.0 como o supra sumo dos sistemas ofensivos, descurando todos os outros variadíssimos sistemas, nomeadamente os que utilizam pivots, levando a que a geração de atletas que chegou ou está a chegar agora a idade de sénior, durante a sua formação, jamais jogaram num sistema que utilizasse pivot…
Como treinador, o que mais me dá prazer é esta infinita possibilidade de poder criar, inventar, raciocinar, reflectir e desenvolver conceitos técnico-tácticos sem COPIAR por ninguém, tendo obviamente referências e pontos de convergência com outros treinadores, mas claro está, pensando pela minha cabeça!!
Por muito que um determinado modelo de jogo desenvolvido por outro treinador nos pareça fabuloso, de certeza que existe sempre algo que fazíamos diferente... além de que os pressupostos das equipas poderão ser diferentes como por exemplo: as características dos jogadores, horas de treino, idade, etc, sendo por isso de todo impossível copiar exactamente o mesmo modelo de jogo da equipa A para a equipa B…
Ou seja, se modelo de jogo que aplicamos na nossa equipa não tiver nenhum "cunho" pessoal e for apenas uma cópia integral de um modelo de jogo que outro treinador desenvolveu, então não somos treinadores, mas apenas meros executantes de uma ideia de alguém, e isso qualquer pessoa pode fazer... Por exemplo, se dermos um livro de exercícios ao funcionário do pavilhão, ele fará exactamente a mesma coisa, pois só tem que aplicar o que lá está escrito...
É, no entanto, vital que os treinadores falem bastante uns com os outros, no sentido de discutir e apresentar ideias, pontos de vista, reflexões, pois esta é, sem dúvida alguma a melhor forma de apreendermos e evoluirmos permanentemente, no entanto, por muitos conhecimentos e experiência que alguem possa ter, NINGUÉM é dono absoluto da razão e sabe tudo…
Por isso, por mais absurdo que o modelo de jogo por nós desenvolvido possa parecer aos olhos de outros, se acreditamos no que estamos a fazer, de uma forma consciente e de acordo com as nossas ideias, conceitos e objectivos definidos, devemos defender sempre a nossa posição , tendo obviamente a noção de que também nós, não somos os donos da razão e ter a humildade para assumir que a ideia contrária também poderá estar correcta e se calhar é bem melhor do que a nossa, e é desta forma, questionando, debatendo, criticando e batendo muitas vezes "com a cabeça na parede", que vamos evoluir, crescer e aperfeiçoar os nossos valiosos conhecimentos.
Em resumo, com tudo isto quero apenas dizer que, só somos de facto TREINADORES, se pensarmos pela nossa cabeça, caso contrário ficaremos pelo caminho e muito dificilmente atingiremos objectivos, e também que, por mais rídiculo que nos possa parecer as ideias e concepções de outros, jamais devemos criticar... até porque, no final, “a melhor táctica é aquela que ganha”!!!
Abraço e pensem nisto...
Pedro Silva
Pensar pela nossa cabeça…
Há uns dias li um artigo sobre a escassez de pivots portugueses e dei comigo a pensar o porquê?
Após reflectir, verifiquei que o problema maior tem a ver com algo que eu, pessoalmente, acho que falta aos treinadores Portugueses (apesar de já notar alguns progressos), que é pensar pela própria cabeça, em vez de ir pela “moda” e copiar os sistemas tácticos que estão em voga, na certeza de terem encontrado a “fórmula mágica”…
Neste caso específico, acho que este problema da falta de pivots portugueses, deve-se ao facto de nos últimos 7/8 anos se ter definido o 4.0 como o supra sumo dos sistemas ofensivos, descurando todos os outros variadíssimos sistemas, nomeadamente os que utilizam pivots, levando a que a geração de atletas que chegou ou está a chegar agora a idade de sénior, durante a sua formação, jamais jogaram num sistema que utilizasse pivot…
Como treinador, o que mais me dá prazer é esta infinita possibilidade de poder criar, inventar, raciocinar, reflectir e desenvolver conceitos técnico-tácticos sem COPIAR por ninguém, tendo obviamente referências e pontos de convergência com outros treinadores, mas claro está, pensando pela minha cabeça!!
Por muito que um determinado modelo de jogo desenvolvido por outro treinador nos pareça fabuloso, de certeza que existe sempre algo que fazíamos diferente... além de que os pressupostos das equipas poderão ser diferentes como por exemplo: as características dos jogadores, horas de treino, idade, etc, sendo por isso de todo impossível copiar exactamente o mesmo modelo de jogo da equipa A para a equipa B…
Ou seja, se modelo de jogo que aplicamos na nossa equipa não tiver nenhum "cunho" pessoal e for apenas uma cópia integral de um modelo de jogo que outro treinador desenvolveu, então não somos treinadores, mas apenas meros executantes de uma ideia de alguém, e isso qualquer pessoa pode fazer... Por exemplo, se dermos um livro de exercícios ao funcionário do pavilhão, ele fará exactamente a mesma coisa, pois só tem que aplicar o que lá está escrito...
É, no entanto, vital que os treinadores falem bastante uns com os outros, no sentido de discutir e apresentar ideias, pontos de vista, reflexões, pois esta é, sem dúvida alguma a melhor forma de apreendermos e evoluirmos permanentemente, no entanto, por muitos conhecimentos e experiência que alguem possa ter, NINGUÉM é dono absoluto da razão e sabe tudo…
Por isso, por mais absurdo que o modelo de jogo por nós desenvolvido possa parecer aos olhos de outros, se acreditamos no que estamos a fazer, de uma forma consciente e de acordo com as nossas ideias, conceitos e objectivos definidos, devemos defender sempre a nossa posição , tendo obviamente a noção de que também nós, não somos os donos da razão e ter a humildade para assumir que a ideia contrária também poderá estar correcta e se calhar é bem melhor do que a nossa, e é desta forma, questionando, debatendo, criticando e batendo muitas vezes "com a cabeça na parede", que vamos evoluir, crescer e aperfeiçoar os nossos valiosos conhecimentos.
Em resumo, com tudo isto quero apenas dizer que, só somos de facto TREINADORES, se pensarmos pela nossa cabeça, caso contrário ficaremos pelo caminho e muito dificilmente atingiremos objectivos, e também que, por mais rídiculo que nos possa parecer as ideias e concepções de outros, jamais devemos criticar... até porque, no final, “a melhor táctica é aquela que ganha”!!!
Abraço e pensem nisto...
Pedro Silva
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