"Não confunda derrotas com fracasso, nem vitórias com sucesso. Na vida de um campeão sempre haverá algumas derrotas, assim como na vida de um perdedor sempre haverá vitorias. A diferença é que, enquanto os campeões crescem nas derrotas, os perdedores se acomodam nas vitórias. - Rogerio Ceni

quarta-feira, 21 de março de 2012

Taça AFP - 2ª Divisão - 6ª jornada: Mindelo vence jogo da jornada


O jogo da jornada, colocou frente a frente as actuais campeãs contra as ainda detentoras da taça. Um derby que se adivinhava quente, muito quente, devido à cada vez maior rivalidade existente entre estes 2 clubes.

Numa quadra de dimensões muito reduzidas, talvez um dos mais pequenos de todos os campeonatos, e com um piso que apesar de bem tratado e pintado, é uma vergonha para a prática do futsal (do qual questionamos como é que a AF Porto ainda permite que se façam jogos em piso de betão), o Canidelo precisava de vencer se quisesse manter o primeiro lugar, pois a Casa do Benfica de Gaia já tinha vencido o Baguim no dia anterior, e o Rebordões durante a tarde também havia levado por vencida a equipa dos Leões de Citânia. Já a equipa Mindelense precisava de vencer para não se afastar ainda mais dos primeiros lugares.

O jogo começou algo nervoso, com as equipas a acusar um pouco da pressão. Muita luta, mas pouca objectividade na primeira metade da primeira parte foram a nota dominante. Perdia-se e recuperava-se muitas bolas, muita luta, mas não se criava oportunidades.

O Canidelo a jogar em casa, e como campeã, tinha a obrigação de arriscar mais e mostrar um futsal melhor, até pelo que foi fazendo durante o campeonato. Mas a equipa parecia algo nervosa e jogava um futsal muito básico com constantes bolas pelo ar para a pivot, mas sem que os apoios laterais fossem realmente efectivos, a estratégia não funcionava. Então começaram a apostar numa das suas armas, os remates de meia distância, que numa quadra destas nunca é assim tão “meia distância”. No entanto o Canidelo não se conseguia aproximar da baliza mindelense com perigo, muito por culpa da coesão defensiva do Mindelo, que de resto foi o que de melhor o Mindelo teve na 1ª parte.

O Mindelo precisava vencer mas acusou muito cedo a pressão, e as dezenas de passes errados nos primeiros 10 minutos são exemplo disso. Só aos 8 minutos as mindelenses conseguiram um remate digno de registo, mas sem qualquer perigo.
Perdia-se muitas boas, porque o Mindelo procurava um jogo mais assistido, com muitas trocas posicionais e trocas de bola, e o Canidelo, mais forte e agressivo fisicamente, conseguia várias recuperações, sem no entanto lhes conseguir dar seguimento.

O Canidelo, apercebendo-se das dificuldades que o Mindelo tinha para sair, começou então a apertar e pressionar mais alto, causando algum sufoco e desconforto durante 2 ou 3 minutos. Durante alguns momentos só deu Canidelo, mas continuava a faltar objectividade.
A equipa da casa quando enquanto tinha posse de bola, conseguiu colocar mais a bola no chão e trocar mais a bola, e quando a perdia causava sérias dificuldades às forasteiras. No entanto, mérito para as meninas de Mindelo que nunca procuraram jogar feio, a não ser que fosse estritamente necessário, e nunca tremeram verdadeiramente. Apercebendo-se do nervosismo da equipa e do crescendo da equipa da casa, o treinador do Mindelo pede o minuto de desconto na altura certa, e aproveitou para acalmar a sua equipa e o crescente ímpeto do Canidelo.
E a verdade é a decisão acabou por dar frutos, pois o Canidelo já não regressou ao mesmo nível, e o Mindelo regressou bastante melhor para os minutos finais da primeira parte, mais pressionante, a conceder menos espaços e a errar menos passes, o que acabou por incentivar a equipa para a 2ª parte.

Digno de registo na 1ª parte apenas uma tentativa de chapéu do Canidelo que durante alguns segundos enganou toda a gente levando alguns adeptos a festejar o golo. E uma bola no poste do Mindelo na melhor jogada colectiva de toda a primeira parte, já no melhor momento do Mindelo.

A 2ª parte iniciou-se como havia terminado a 1ª. Com o Mindelo em crescendo, a pressionar muito alto e a sufocar o Canidelo que durante alguns minutos limitou-se a chutar a bola para frente. Ainda não se tinha jogado 4 minutos e já o Mindelo tinha estado perto de marcar por 3 vezes, uma delas com uma excelente intervenção da GR Canidelense numa saída dos postes. Atleta que de resto foi das melhores da equipa da casa com algumas excelentes intervenções na 2ª parte.

O Mindelo conseguia finalmente impor o seu ritmo, trocar a bola com objectividade e sem falhas e durante alguns minutos o Canidelo limitou-se ora a ver jogar, ora a tentar sair sem sucesso da sua área defensiva, e tal como o Mindelo na primeira parte, o Canidelo só a meio da 2ª parte conseguiu um remate digno de registo ligeiramente ao lado.

Foi ainda num destes momentos de dificuldades em saída de pressão, e uma que infantilidade de 2 atletas do Canidelo quase permitem ao Mindelo inaugurar o marcador, com a atleta mindelense a falhar por muito pouco na cara da GR adversária.

Com algumas oportunidades já desperdiçadas, o Mindelo começa a mostrar algum nervosismo. E é nessa altura, que numa das muito raras situações que o Canidelo consegue organizar um ataque, o árbitro transforma um lançamento para o Mindelo num lançamento para a equipa visitada, e apenas a GR mindelense consegue evitar o golo com excelente defesa. No minuto seguinte, a dupla de arbitragem volta a complicar e inventa um livre (nota teatral máxima), e na sequência do remate, surge um desvio para fora na cara da GR. Nesta altura o Mindelo tremia, e o Canidelo começava a crescer.

O Canidelo lutava, mas continuava a não parecer ter argumentos para contrariar a excelente organização defensiva do Mindelo, e, a precisar de vencer, as visitantes decidem arriscar. A menos de 5 minutos para o fim, as forasteiras tem um desconto de tempo e preparam o 5x4. E, no reinício de jogo, as atletas mostraram que tinham percebido bem o que pareceu ter sido pedido, pois não demoraram nem 2 minutos até que o Mindelo se organizasse ofensivamente num 5x4 quase perfeito, com excelente lateralização da direita para a esquerda que termina numa assistência para o 2º poste, onde é só encostar. Excelente movimento ofensivo.

Com poucos minutos para jogar, o Mindelo fecha-se, e com muita coesão defensiva e entre ajuda consegue segurar o resultado, pois o Canidelo começou a jogar já mais com o coração do que com a cabeça, e limitou-se a chutar, rematar de todo o lado sempre que tinham 2 metros de espaço, mas sem incomodar minimamente a GR visitante.

Bem no final do jogo cenas de lamentar, a agressão de uma atleta do Canidelo a uma do Mindelo, num desentendimento causado num lance completamente normal, e sem qualquer maldade. O facto de estar a perder, e os nervos não podem servir de justificação para a agressão. E a situação acabou por incendiar toda a gente na quadra, com várias atletas a "pegarem-se",e também na bancada, pois a proximidade com a bancada originou cenas tristes e lamentáveis para o futsal feminino em especial, com vários adeptos da equipa da casa a tentarem agredir atletas e o delegado mindelense.

Cenas lamentáveis que são já recorrentes naquele pavilhão, do qual nada dignificam a modalidade.

O jogo acabou por reatar 5 minutos depois para se jogar… 2 segundos.

Para a história fica a vitória do Mindelo e 2 atletas de cada equipa expulsas após a confusão.

Taça ao rubro com Casa do Benfica e Rebordões a liderarem com 15 pontos, Mindelo na perseguição com 13 e Canidelo a cair para a 4ª posição com 12 pontos. E no próximo fim-de-semana teremos um muito interessante Casa do Benfica de Gaia – Canidelo.

Retirado do site O Futsal


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