"Não confunda derrotas com fracasso, nem vitórias com sucesso. Na vida de um campeão sempre haverá algumas derrotas, assim como na vida de um perdedor sempre haverá vitorias. A diferença é que, enquanto os campeões crescem nas derrotas, os perdedores se acomodam nas vitórias. - Rogerio Ceni

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Entrevista - Daniel Rocha


Fomos entrevistar o Daniel Rocha, técnico que esta época ingressou na ACD Mindelo, para dar a conhecer melhor quem é o Daniel e que análise faz dos seus primeiros meses com o símbolo da ACDM.

Aí vai a entrevista.

Quem é o Daniel Rocha?

Isto de falar sobre nós, é como aquela frase que tem feito furor: É uma coisa que não me assiste! Mas agora mais a sério, o Daniel é uma pessoa determinada, mas simples, sensata, mas muito teimosa, que não passa sem desporto, música e amigos. São poucos os desportos por onde não passei, mas a minha paixão desde cedo foram as balizas. Comecei nas balizas de futebol, tendo passado algumas vezes pelas de futsal, e nessas mesmas que acabei pouco antes dos 18 anos quando, por motivos de saúde, fui obrigado a abandonar a competição e limitar a prática de desporto. Como não fui capaz de me "desligar", em menos de 1 ano surgiu a hipótese de treinar os guarda-redes de uma equipa de futebol de infantis, projecto onde me mantive por 2 épocas... até que "ingressei" no futsal feminino.

Como apareceu o futsal feminino na tua vida?

O futsal feminino caiu literalmente de pára-quedas na minha vida. Começou tudo com uma conversa em tom de brincadeira com duas colegas de trabalho há mais de 10 anos, falava-se imenso de futebol e futsal, e pelo meio foram surgindo conversas sobre futsal feminino, até que me perguntaram se estava interessado em treinar as GR de uma equipa de futsal feminino. Na altura pensei que era uma brincadeira, mas a conversa tornou-se tão séria que o convite acabou por ser uma realidade. Começou então aí, em 2001, a minha jornada no futsal feminino... Tenho aprendido imenso desde esse dia, e hoje agradeço a oportunidade a essas pessoas, com quem aprendi imenso.

Qual é a análise que fazes sobre a época até ao momento?

Sobre a 1ª divisão, agora que iniciamos a 2ª volta do campeonato, acho que a nossa classificação diz tudo. Apenas perdemos pontos para as tricampeãs e esse é o único motivo de estarmos em 2º lugar. A equipa tem vindo a evoluir bastante desde o inicio da época, mas acredito que pode dar muito mais, sei que toda a gente pode produzir muito mais. Até porque tivemos alguns jogos em que facilitamos demais ou faltou um pouco mais de atitude, mas acabamos por ter a sorte do nosso lado também quando mais foi preciso. E quando colectivamente não funcionou... resultou o individual! Acredito que podemos fazer uma 2ª volta ainda melhor que a 1ª, mas é preciso mais de toda a gente nos treinos e nos jogos. Embora o principal objectivo esteja cada vez mais complicado de cumprir ... não podemos baixar os braços.

Na 2ª divisão, que está agora a 2 jornadas do fim, já sabíamos à partida que seria uma época bem mais complicada que a anterior. Apesar dos avisos da equipa técnica, acredito que a equipa facilitou em alguns jogos, e isso espelhou-se no resultado final e agora na classificação. Mas apesar de um ou outro jogo menos conseguido, creio que a equipa mostrou sempre maturidade para ultrapassar algumas más fases, tendo faltado apenas a sorte quando mais era precisa.

Com a época a meio, há ainda muito trabalho pela frente, e quem achar que não há muito mais a melhorar, está enganado...

E para o futuro, quais são as tuas expectativas?

Começo por dizer que não me consigo imaginar afastado do futsal, em particular do feminino. Estive 1 ano do lado de fora e custou imenso. Mas a minha maior expectativa é um futuro campeonato nacional e lutar para conseguir disputa-lo. Desejo e espero continuar a evoluir e a aprender, para ajudar a melhorar a modalidade.

E sobre a ACD Mindelo, qual é a tua opinião global?

Comecei a acompanhar com mais atenção o Mindelo quando estive 1 ano parado. Nessa altura a minha prioridade era absorver o maior número possível de jogos e dei prioridade aos jogos de 3 ou 4 equipas. De fora é sempre complicado fazer algum tipo de julgamento sobre uma equipa que não conhecemos. Mas posso garantir que ao fim de 5 meses e meio de fazer parte deste grupo, não encontrei nada que não esperasse. Encontrei um grupo competitivo e fui bem recebido por quase toda a gente.

A Associação tem sido fantástica a proporcionar às atletas e à equipa técnica todas as condições para trabalhar/treinar bem, e admiro a dedicação de algumas pessoas.

Como vês o futsal feminino português, o presente e o futuro?

Mais de 10 anos no futsal feminino levam-me a ser um pouco céptico sobre o futuro. Como todos sabem, muito tem sido feito, em especial nos últimos 2 anos, para levar o futsal feminino a um nível superior. Mas a má estruturação e má organização de todos os campeonatos distritais será sempre o maior problema na minha opinião. Enquanto as Associações não levarem um abanão e não investirem mais tempo e dinheiro do futsal feminino, será difícil que a FPF olhe para a modalidade com outros olhos. E enquanto Associações como a do Porto continuarem a desprezar o futsal feminino nomeando árbitros medíocres para os jogos, só porque são jogos de "meninas"... dificilmente se chegará a algum lado.

Desejo tanto ou mais que outros um campeonato nacional, mas dificilmente conseguiremos um bom campeonato dentro dos próximos 4/5 anos. É preciso primeiro antes criar condições (financeiras e desportivas) aos clubes para que possam investir numa boa formação e aumentar os níveis dos campeonatos distritais. É demais notória a diferença de qualidade entre o 1º e último classificado da 1ª divisão da AFPorto. E pior ainda é existirem equipas a desistirem da competição a meio do campeonato. Enquanto estas situações acontecerem, um campeonato nacional é impensável. E falo apenas do aspecto desportivo e financeiro dos clubes. Porque se fosse a falar da parta da AFP... com tanto para apontar, nunca mais daqui saía.

Acredito que ser prestigiante para algumas equipas disputarem um campeonato nacional, mas ao mesmo tempo, a presença das melhores equipas no nacional, vai diminuir o nível dos respectivos campeonatos distritais. E isso acabará por matar alguns distritais. O campeonato do Algarve por exemplo só começa agora, em Janeiro... com 5 equipas! Depois de ter tido um Torneio de Abertura que durou 1 mês. E na minha opinião, os campeonatos interdistritais, não vão ser a solução que muitos esperam que seja. Há clubes que mal conseguem fazer o distrital com tantas dificuldades financeiras, e muito dificilmente o conseguirão com deslocações mais longas. Para piorar, já era complicado obter ajudas para o futsal feminino... e com a conjuntura económica que o país ultrapassa neste momento, mais difícil é de conseguir os apoios financeiros que os clubes tanto precisam.

O projecto que existe agora tem tudo para dar certo. Espero que dê, e remarei nesse sentido para ajudar. Mas não pode ser de um dia para o outro, tem de ser melhor alicerçado. Concordo com o projecto que existe e apoio-o... Apenas não concordo com a "pressa" que há para realizar.

Esta resposta é livre, fala-nos do que quiseres (Ex: comentários, mensagens, agradecimentos)...

Bem, quero agradecer ao Pedro e ao Hélder o convite para ingressar na equipa. Estava com saudades de sentir este "mundo" por dentro. Tem sido uma experiencia muito interessante e bastante enriquecedora em todos os aspectos, e também ao Sr. Manuel pela sua disponibilidade em prol da equipa e da Associação Mindelo. E para não me esquecer de ninguém, um agradecimento especial a todas as pessoas que estão envolvidas no projecto Mindelo... A equipa poderia ganhar todos os jogos, mas sem essas pessoas, as conquistas não seriam possíveis.

Às atletas... uma brincadeira em nível de provocação :)

Joga mais!
Corre mais!
Menos ais, menos ais, menos ais...
... Quero muito mais!

Joga mais!
Sua mais!
Menos ais, menos ais, menos ais...
Quero muito mais!

Marca mais!
Chuta mais!
Menos ais, menos ais, menos ais...
Quero muito mais!

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